Os dois primeiros meses de operação do free flow na Via Dutra em Guarulhos serão isentos de cobrança de tarifa, de acordo com cronograma estabelecido pela concessionária CCR RioSP e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). A informação foi confirmada durante audiência pública realizada no MPF (Ministério Público Federal) nesta segunda-feira (14). A inauguração do pedágio sem cancelas nas pistas expressas acontecerá em quatro fases, implementadas ao longo de 15 meses.

A entrega da obra na Via Dutra está ao menos um mês atrasada em relação ao que estava previsto inicialmente. Os trabalhos estão previstos para serem finalizados no primeiro semestre de 2025, com as novas pistas expressas e os viadutos construídos liberados para o tráfego de veículos. A partir do momento que toda a infraestrutura estiver pronta, terá início a operação do free flow.

Conforme determina o contrato de concessão, a cobrança de tarifa no free flow será proporcional ao trecho percorrido e dinâmica. “O cliente vai ter uma tarifa que terá uma variação ao longo do dia. Quanto mais tráfego você tiver dentro da pista expressa, maior será a variação de valor para você evitar que o cliente entre ali dentro. Se tiver menos tráfego, a tarifa estará bastante reduzida e ele vai ter a opção de utilizar a marginal de graça também”, explicou Cleber Chinelato, gerente executivo de Tecnologia da CCR Rodovias, durante a audiência pública.

O procurador da República Guilherme Rocha Göpfert, responsável pela convocação do evento, considera esse modelo de tarifa problemático. “Pelo que eu estou entendendo dessa nova modalidade, quanto mais trânsito tiver e quando mais o cidadão precisar, mais caro vai ser. Será que o cidadão entrando nessa pista expressa, pagando até seis vezes a tarifa base pelo preço dinâmico, ele não vai pegar trânsito porque serão milhares de carros? Qual seria o princípio de justiça tarifária ao colocar o preço mais caro pro pedágio no momento que o cidadão mais precisa dele?”, questionou.

“Com o preço mais caro, todo mundo vai querer ir para a via local e o trânsito vai ficar insustentável na via local”, disse o procurador, que defendeu que o correto seria estabelecer uma tarifa única. “A tarifa será mais alta justamente para fazer a gestão de tráfego, mas o cidadão que utiliza a local continua sem nenhuma tarifa”, respondeu o executivo da CCR, que falou que foi feito um estudo para definir esse modelo de tarifa dinâmica.